ph e montagem lilialvestilo
Por Lilian Alves, 2005 - Estudos para o Projeto, ano 2005 - Faculdade Santa Marcelina / FASM
...para quê?
Estudar/elaborar as partes da Moda para que ela seja a extensão do ser humano em sua expressividade, não como uma ferramenta de maior ou menor (in)visibilidade/ status em sua aparência, mas como uma ferramenta mutante (de acordo com suas conjunções e agrupamentos) para o estímulo da leitura, que possa disparar novas atitudes, interesses, conversas, amizades e novos encontros amorosos. O estudo serve como base na proposta de construir um corpo dissertativo, e, a partir dele transformar teorias, pensamentos, alertas, lembranças e registros imagéticos em material confeccionado para ser utilizado sobre corpos a serem vestidos por uma roupa que conte(nha). Não apenas em si, mas no próprio corpo cerebral que a veste e também naquele que a vê. Vestir de razões uma nova roupa que ensine, que promova interligações de pensamentos e gostos estéticos, culturais e ideológicos em comum e, principalmente, desperte novos pensamentos/assuntos e outros gostos inexplorados e os tornem tão comuns a ponto de aproximarem e aprofundarem as relações entre os seres.
A tradução do espírito do universo urbano relacionado às sensações humanas serviu como embrião para o Projeto Cidade Art-CircuLar. Onde o percurso (do condutor, do passageiro e do pedestre) tem início na observação e vivência cotidiana das relações corriqueiras na rua, e quer concluir o trajeto sem estabelecer um ponto final fixo, mas induzindo ao detalhamento de reflexões e à pausa para o respiro. O retorno do olhar se dá como resultado de uma piscadela que não termina, que não se fecha no conceito simplista do cumprimento da cidadania mas, ao contrário, faz cuidar melhor das oportunidades de relacionamento. Fica ávido e sensitivo (o olhar), e influencia a avaliação educativa sobre a auto-condição do cidadão em seu meio de convivência. No qual possa-se resgatar um pouco do sentimento interiorano (porque não dizer provinciano?) de que 'esta cidade é meu Lar' e, portanto, 'preciso cuidar dele e do tratamento que dispenso aos que moram comigo'.
As coleções geradas a partir deste princípio são um convite implícito a que se preste atenção, sem distinção entre as esferas sociais-políticas-econômicas-morais, ao destinamento residual das atitudes que produzimos em série, em maior ou menor escala, no dia-a-cada-dia.
